quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A pequena história do Homem Cara de Tartaruga: pequenos relatos



Não é mais uma daquelas histórias infantis que nos contavam em tempo idos. Não muito tempo, havia um homem que andava pelos corredores de um quartel policial em uma cidadezinha chamada White River. Vez e quando ele costumava se deslocar para outros lugares também. Mas o que caracterizava esse homem, não era o fato de se locomover de uma cidade para outra, mas sua semelhança com uma tartaruga e um traço de sua personalidade, sua prepotência.


Conta-se a história de que o Homem Cara de Tartaruga, um oficial policial que é candidato a federal do fantasioso estado do Erca, sempre quis estar à frente de um pequeno exército de humanos soldados leais. E conseguiu, se estabelecendo de cidade em cidade. Contudo, muito mais do que sua semelhança com o pobre animal, ele seria lembrado mais pelo desejo desenfreado de jogar futebol, e como gostava!!!


Alguns de seus soldados relatam uma história que se confirmou como verdade. O Homem Cara de Tartaruga era uma das pessoas que mais jogava bola no quartel de White River. Não porque tinha habilidade e seu time sempre vencia, mas porque sua arrogância e prepotência nunca permitiam que ele saísse de dentro das quatro linhas. Algumas regras eram básicas em seu campo. Primeiro, ninguém poderia ganhar de seu time, mas se ganhasse ele não poderia sair para esperar sua vez de jogar, "não fazia cerca", como geralmente se fala. Segundo, se desse um drible nele, o jogador poderia considerar-se preso. A cidadezinha tinha suas leis, mas o quartel tinha as leis que o ditador mesmo queria que tivesse.


Mas o Cara de Tartaruga era danado. Não se contentava com pouca coisa, ele queria mais. Não queria mais ficar somente com o quartel, era preciso tomar a cidadezinha. Como poderia fazer isso se precisava do apoio dos membros de seu quartel, daqueles que tanto ele perseguiu e humilhou? Dando uma de João sem Braço, passando a afirmar que sempre esteve com eles. Pronto. Era batata.


Articulado o plano, mãos à obra. É preciso ludibriar os membros do quartel de que ele mudou, aliás, sempre esteve ao seu lado. Mas é preciso cuidado para que as pessoas não lembrem que quando elas mais precisaram, ele não esteve por perto, na verdade nunca apareceu para nada. Como fazer para enganar as pessoas, Cara de Tartaruga? É preciso reavaliar os planos, não dá para mentir todo o tempo... Cara de oposição? Nunca teve. Pensamento de tropa? Somente para o próprio umbigo, mantendo a disciplina. O pobre quelônio precisa se reinventar.

E assim a história sem pé nem cabeça, esbarrou-se na candidatura sem pé nem cabeça do Homem Cara de Tartaruga, que deseja ser ainda o dono da cidadezinha de White River.

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