quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Retrospectiva fúnebre

PMAC conta seus mortos em um dos anos mais negros da Instituição

Seis policiais assassinados somente este ano. Sem dúvida alguma, 2009 é um ano trágico para Segurança Pública do Estado. Fatalidades ou irresponsabilidade do Estado? Façamos uma retrospectiva macabra para que você tire suas dúvidas.

O ano negro da Polícia Militar começa com a morte do soldado Suelmo de Oliveira Lima, no dia 02 de abril. O policial foi encontrado morto em sua própria residência. O homicida foi preso horas depois com a camisa roubada durante a ocorrência. O que mais impressiona neste caso é a falta de receio do assassino que andava tranquilamente pelas ruas da Sobral, o que demonstra falta de medo de ser preso e o desrespeito pela própria Polícia Militar.

“Os bandidos hoje não tem mais medo da polícia. Antigamente eles fugiam quando chegávamos, hoje trocam tiros. Isso é devido ao sucateamento que esse governo está fazendo com a segurança. Se somos desvalorizados pelo próprio governo, como seremos valorizados pela sociedade?”, afirma um policial militar presente no velório do policial Edvânio.

O segundo policial morto foi o sargento Francisco de Assis Moura, de 62 anos, que acabava de retornar de um culto evangélico, na noite do dia 20 de agosto. Os bandidos desejavam realizar um assalto. A família do PM foi feita refém. Francisco afirmava que não tinha dinheiro, os criminosos irritados atiram e atingiram o PM da reserva no abdômen. O policial morreu no local, na frente de sua própria família.

“O que mais me revolta neste caso, é que alguns integrantes desse crime estão soltos. Às vezes acho que aplicar a lei não vale a pena. Se prendemos, amanhã está solto. Pra quê prender? Se for pro presídio, volta pior do que foi. Não é à toa que em algumas cidades a saída é partir pra guerra e matar o bandido” afirma um policial revoltado.

15 dias depois do assassinato do Sargento Francisco Moura, acontece a execução do soldado da turma de 2002, Jucivan Teles. O militar se queixava meses antes ao seu comandante imediato de que estava sendo ameaçado de morte por bandidos de seu próprio bairro. Formalizou o pedido junto ao comando da PM, mas nada foi feito em benefício do soldado. Jucivan teve sua casa invadida, na noite do dia primeiro de setembro. Os criminosos o amordaçaram, amarram pés e mãos do PM e o assassinaram com dois tiros na cabeça.

“Depois de muito tempo, somente agora o porte de arma terá uma grande possibilidade de sair do papel. Tivemos uma conversa com o comandante Célio e ele nos pediu para apresentar um modelo de carteira, já estamos com ela pronta”, afirma sargento Ribeiro, presidente da Ameac.
Outro ponto a ser ressaltado é que Jucivan morava em um dos bairros mais perigosos da cidade de Rio Branco, uma realidade vivida por muito militares atualmente que não conseguem, pelo menos, realizar o empréstimo prometido pelo Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) em parceria com a Caixa Econômica Federal para financiar a casa própria.

O quarto policial assassinado se encontrava em Cruzeiro do Sul. O aluno sargento Francisnato Moura da Silva foi assassinado na noite do dia 31 de outubro. Ele estava dando apoio a uma equipe do IBMA, quando em ocorrência no seringal Liberdade, foi alvejado com um tiro de espingarda no pescoço morrendo no local.

“Das pessoas que morreram no cumprimento do exercício da profissão, quantos foram os oficiais? Não tenho nada contra os oficiais, mas se os praças são os que mais estão na linha de frente no combate ao crime, por que não igualar o risco de vida”, declara um policial militar que trabalha no serviço de Rádio Patrulha.

Segundo informações de um militar que não quis se identificar, a Policlínica não queria arcar com os custos de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) relativo ao enterro do sargento. Depois de muitas lutas, acabou por oferecer apenas 1.000 reais, o restante da quantia foi conseguida pela oferta de parentes e amigos do policial e com o apoio da Ameac.

O grito por melhorias nas condições de trabalho ecoou forte em Sena Madureira. Lá, a falta de estrutura, tanto em recursos humanos como em recursos materiais, levou à morte de um dos militares mais queridos do município, sargento Josimar da Costa Moreira, mais conhecido como Mazinho. O militar se encontrava de serviço sem farda nas imediações da balsa do rio Purus. A operação era para tentar prender os assaltantes do Banco do Brasil de Feijó. Os bandidos fortemente armados com metralhadoras e fuzis acabaram por levar a óbito o sargento cujo corpo se perdeu nas águas do rio Purus e ainda não foi encontrado.

“A realidade de Sena é gritante. Estamos entrando nos ramais, passando o dia inteiro, às vezes sem comer, atrás desses vagabundos. Prender esses bandidos é questão de honra, matar vai ser uma conseqüência. Estamos sem farda, sem armamento, sem rádio, em fim estamos sem comando”, afirma um policial militar de Sena.

O vereador Sargento Vieira, profundamente irritado com a situação, pediu, no último dia 5, na Câmara dos Vereadores, que o comandante geral da PM, Romário Célio, deixe imediatamente o comando.

“Não é admissível o que está acontecendo com a PM depois que esse homem assumiu o comando. Diversos policiais foram assassinados e perseguidos por esse comandante que se preocupa mais em criar portarias para cercear os direitos dos militares do que prover a instituições de melhorias nas condições de trabalho”, afirma Vieira.

O último PM assassinado foi o soldado Edvânio da Silva Figueiredo. O policial tentou impedir um assalto em uma das lojas do centro da cidade. Na ocorrência, quatro bandidos dispararam contra o militar que morreu alvejado com um tiro no peito.

“O que eu não vou esquecer dessa ocorrência. Primeiro, o choro dos familiares na frente do corpo do policial morto. Segundo, o comandante com todos os cuidados com o vagabundo ferido. Ele deixou duas guarnições para proteger o bandido enquanto os outros assaltantes empreendiam fugas. É um descaso”, afirma um militar que atendeu a ocorrência.

5 comentários:

  1. Atenção policiais! A crise da Insegurança acaba de fazer rolar uma cabeça: a do sub-comandante CEL RAMALHO!

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  2. hahaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa eu queria que rolace 2cabeças mas tudobem.

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  3. HOJE VEJO QUE O NOSSO MAIOR INIMIGO É A LEGISLAÇÃO.TRABALHAMOS DE MÃOS ATADAS.DEPOIS SE SE ABRIU JURISPRUDENCIA PARA A PROGRESÃO DE REGIMEN EM CRIMES EDIONDOS NOSSA CIDADE PASSOU A SER VÍTIMA DE UM CICLO DE VIOLENCIA COMO NUNCA SE VIU NEM NA ÉPOCA DO ESQUADRÃO DA MORTE.NA MAIORIA DAS VEZES SÃO OS MESMOS BANDIDOS.UM EXEMPLO CLARO DISSO É O CASO DO MEU AMIGO, O SOLDADO JUSSIVAN,QUE FOI MORTO POR UM CIDADÃO QUE JÁ O VINHA AMEAÇANDO POR UM LONGO TEMPO,QUE SEMANAS ANTES HAVIA SIDO PRESO POR ROUBO,E QUE CONSTANTEMENTE ESTAVA CAINDO NAS MÃOS DA POLICIA.
    EM FIM.O QUE PRECISAMOS DE FATO É QUE SE CRIEM DISPOSITIVOS QUE REALMENTE PUNAM DE MANEIRA ADEQUADA ESSAS PESSOAS.PRECISAMOS QUE A VIOLENCIA CONTRA UM AGENTE DE SEGURANÇA SEJA CONSIDERADA AGRAVANTE.PRECISAMOS QUE A LEGISLAÇÃO NOS AJUDE.QUE OS LEGISLADORES NOS AJUDEM.QUE A OAB/AC NOS AJUDE ASSUMINDO O ENTENDIMENTO DE QUE A SEGURANÃ DE NOSSO ESTADO É MAIS IMPORTANTE QUE O LUCRO DE UMA BRACHA NA LEI.QUE,AO AVALIAR A PROGRESSÃO DE REGIME PARA UM INCIDENTE EM CRIME EDIONDO,LHE SEJA NEGADO QUALQUER TIPO DE BENEFICIO EM FUNÇÃO DA BRUTALIDADE DE SEUS CRIMES.
    NA MINHA OPINIÃO NÃO DEVEMOS ENTRAR EM CONFLITO COM GOVERNO OU COMANDO.NOSSA SITUAÇÃO NÃO NOS PERMITE ESTAR DIVIDIDOS.DEVEMOS SIM,UNIS FORÇAS,DISCUTIR SOLUÇÕES ENTRAR EM ACORDOS E O MAIS IMPORTANTE.BUSCAR APOIO EM BRASILIA PARA SEJAM CORRIGIDAS ESSAS BRECHAS QUE TEM VITIMADO,NÃO SOMENTE POLICIAIS MAS TAMBÉM TODA SOCIEDADE.

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  4. Pode ate ser nobre colega.Como estar junto de alguem que não se inporta com tua dignidade,sempre somos nós que flexionamos.Não se trata de separação e sim de quem nós somos.De que lado estamos.Eu não posso pedir fidelidade de alguem que recebe 25.ooo de salario e baixa sua cabeça e esquece de toda sua historia.O LEMA de nossa instituição é servir e proteger. Servir, não é ser serviçal.É sim, prestar um serviço de excelencia a todos. Proteger,não os meus interesses, e sim o de todos.O interesse de todos é segurança,ter condições de trabalhar, em outras policias nimguem sai do quartel sem os itens de segurança, policiais recebem arma, colete todo equipamento necessário. Aqui é um colete para toda uma guarnição, fedido e sujo.VAMOS (***moderado***) E EXIGIR DESSE GOVERNO UMA AçÃO EM NOSSO FAVOR.SOU AME-AC ATÉ O FIMMMMM.2002.SDPM.

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  5. ÉTICO E MORAL.

    UMA CANÇÃO À PM.

    Não sei porque
    Insisto tanto em te querer
    Se você sempre faz de mim o que bém quer
    Já fiz de tudo pra tentar te esquecer
    Falta coragem pra dizer que não da mais...

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